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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Valores de Herói (parte 9)

Capítulo 7 - O significado da amizade

Ambos os grupos começam a viagem sem saber o que lhes aguarda e sem olhar para trás.
A chuva era densa e a noite estava escura de tal forma que impossibilitava a visão do grupo que rumava em direção de Turin, mas mesmo com toda essa dificuldade todos seguiam Cecil, que não parecia nada alarmado por causa da chuva, ao contrario ele ria como se tudo aquilo o tranqüilizasse.
- Odeio quando ele começa a rir assim. Ele vai fazer isso a viajem toda só para me irritar, eu sei disso – Resmunga Thogar.
- Eu nunca faria isso meu amigo. Ao contrario essa chuva não podia ter vindo em melhor hora, assim não deixamos rastros. – diz Cecil rindo
- Mas acabamos de sair de Brindenbur, quem iria nos seguir Cecil. Não seja besta. – diz Thogar
- É mesmo que iria querer nos seguir não é... – sussurra Cecil
- Parem de discutir os dois. De problemas já basta esse chuva que me faz senti como um cego. – Esbraveja Urig

Tanto Will como Christopher se vem em uma atmosfera de muita alegria e amizade entre os cavaleiros, que uma vez achavam que eram pessoas rígidas e desprovidas de sentimentos por carregarem tal responsabilidade em suas mãos.
Enquanto os dois sorriam pela discussão dos cavaleiros Dibrille observava Will e ficava mais tranqüila por ver que ele estava mais calmo por estar diante de uma situação como essa. Mas não era só aquilo que a alarmava, parecia que alguém estava os seguindo, os seus sentidos élficos poderiam estar enganados por causa da chuva e dos barulhos de animais, insetos e dos raios que caiam não muito longe.
Mesmo assim ela segue junto aos outros e se depara com o nascer do sol. Já se passará 6 horas desde que tinham saído de Brindenbur, e a chuva tinha diminuído, deixando espaço para uma chuva bem fina e refrescante.

- Hahahaha eu disse que o tempo não podia ser melhor não é – Sorri Cecil
- Você já sabia não é? – Ressalta Urig
- Mas é claro meu bom amigo, você acha que eu não iria checar o tempo antes da viajem, parece até que não me conhece.
- Não entendo nada de climas, de seguir rastros ou qualquer outra inutilidade que apenas você conheça Cecil, mas realmente você é útil para algo. – Gargalha Thogar
- Vindo de você vou aceitar isso como um elogio.
- Faça como quiser o que eu quero ver mesmo é se essa terra bárbara tem alguma criatura que possa me trazer um desafio a minha altura.
- Pode-se dizer que a sua altura não vai ser muito difícil de achar anão Hahaha – Diz Cecil com um sorriso debochado no rosto.
- Seu... Seu meio elfo desgraçado é melhor você correr por que se eu botar as mãos em você que vou fazer com que fique da minha altura. Grunhe o Anão.
- Já disse para os dois pararem. Não acredito que o Vengard me deixou com vocês dois, que problema ele deixou em minhas mãos. – Diz Urig enquanto leva a mão á cabeça.

Após mais algumas horas o grupo para perto de um segmento de rochas para descansar os cavalos um pouco e aproveitar para comer algo e apreciar a bela paisagem.

- Como é bonito esse lugar. Olhem um arco-íris. – Diz Dibrille
Dibrille estava não estava acostumada a viajar muito, e conhecia pouco sobre o mundo de fora. Passou grande parte da vida dela em Grenoble e estudando para se tornar uma maga. Enquanto ela fica apreciando a bela paisagem todos ficam olhando para a bela elfa que estava tão sorridente em ver o a bela paisagem que estava na sua frente, até que Thogar a chama a atenção.

- Sim isso é um arco-íris, agora venha aqui e coma algo antes que eu tenha de fazer esse sacrifício por você. – Diz o Anão dando uma gargalhada
- Depois a armadura não cabe e você fica reclamando. – Brinca Cecil
- Você está me chamando de gordo? Mas na realidade não faz idéia de como é necessário estar bem alimentado para um combate. – Thogar tenta se explicar
- Eu não to vendo nenhuma criatura a ser combatida por perto. – Diz Urig
- Mas nunca se sabe, não ouvi falar em ataque surpresa. Diz sorridente o Anão

Todos começam a rir e a descontração toma conta do grupo de aventureiros que descansam um pouco mais e seguem em viajem.
Cecil vai guiando o grupo durante todo o dia, que passa em um piscar de olhos, e a cai noite e eles decidem montar acampamento pero de umas arvores que iram servir de abrigo a caso chovesse a noite. Os aventureiros prendem os seus cavalos e vão preparando o acampamento. Dibrille apronta sua cabana enquanto Cecil prepara uma fogueira para esquentar a noite fria e os outros alimentam os cavalos e arrumam tudo para o próximo dia de viajem. Apos todos terem terminado os seus afazeres eles se juntam perto da fogueira para comer algo e conversar sobre o futuro.

- Então Cecil quanto tempo você ainda acha que vamos demorar até chegar a Turin? – Pergunta Urig
- Se tivermos sorte, e o caminho que vamos percorrer estiver em tão bom estado como espero, acredito que em cinco dias estaremos em Turin. – Explica Cecil fazendo um desenho da trajetória que o grupo pretende percorrer no chão com um graveto.
- Que bom, não vejo a hora de chegarmos, não consigo me acostumar a dormir em barracas, prefiro uma boa cama. Diz Thogar enquanto se prepara para dormir.
- Eu fico pensando. O vem pela frente? Que tipo de desafios vamos enfrentar? – Diz Will olhando em direção a Turin.
- Meu jovem, não se preocupe com isso. Seja lá o que vem pela frente vamos enfrentar juntos, todos nós. – Diz Urig, tentando aliviar o jovem em sua primeira aventura.
- Isso mesmo, todos nós vamos enfrentar os desafios juntos. Não fique pensando no futuro Will, vamos fazer isso juntos. – Christopher tentando animar o amigo de viajem.
- É esse o espírito meus companheiros, e falando assim até lembra um pouco eu quando fui em minha primeira aventura – Sorri Cecil.
- Pelo que me lembro bem Cecil você estava com um pouco de medo e receio, se não me falha a memória. – Ri o Thogar dentro da sua cabana.
- É mesmo eu me lembro, você parecia um garoto assustado. – Diz Urig
- Tudo bem, vamos mudar de assunto.
- Na realidade é melhor nós irmos dormindo, amanha será um longo dia. Cecil você faz a vigia. – Pede Urig
- Você não vai dormir Cecil? – Pergunta Dibrille
- Eu não preciso, há um tempo atrás ganhei um anel que não faz necessário eu dormir incrível não?
Dibrille fica espantada com o anel mágico. – Claro
- Vamos dormindo meus jovens, amanha será um longo dia de viajem e não sabemos o que nos espera.

Todos vão dormir enquanto Cecil fica de guarda sentado escorado em uma árvore perto da fogueira. Logo todos caem no sono, Cecil se levanta e da uma volta por perto do acampamento e observa o local. Cecil havia ouvido algo, e estava apreensivo achando que alguém ou algum animal estaria por perto, poderia ser algo que ele estava com medo que acontecesse. Alguém teria seguido eles.
Após observar calmamente e procurar cuidadosamente pela área acaba se convencendo que estava ouvindo coisas. E a noite passa sem nenhum ocorrido e logo bem cedo todos se aprontam para continuar a viajem.
Will acorda bem cansado, não estava tão acostumado quanto os outros a dormir ao relento, mas mesmo assim não deixou transparecer o cansaço que estava presente no seu rosto e na sua musculatura. Mas mesmo tentando ocultar tal cansaço Cecil acaba percebendo e tenta confortar o jovem companheiro.

- Hei Will venha cá, tome um pouco de água.
- Obrigado Cecil. – Diz Will com a voz um pouco arrastada.
- Não se preocupe meu jovem com o tempo você se acostuma com essas viagens é tudo questão de costume. – Diz sorridente Cecil
- Eu vou ficar bem é só um simples cansaço, vai passar. – Explica Will
- Que bom meu amigo, quando se viaja o mais importante e se manter saudável. Então se apronte e vamos, não podemos perder muito tempo.

Todos estavam prontos e seguiram rumo a Turin. Cecil antes de amanhecer tinha revisado o mapa e tinha encontrado um caminho alternativo que parecia mais rápido para chegar até a ponte de Sahu, de acordo com os seus cálculos eles chegariam à ponta a noite se aumentassem o ritmo da viajem, e assim ele decidiu junto com o grupo.
O caminho parecia ser uma boa escolha por que passaria perto de um bosque onde poderia encontrar algum tipo de abrigo e até mesmo frutas e água fresca.
O tempo estava bom e então eles partiram em direção a ponte de Sahu. Tudo parecia perfeito, mas Dibrille teve um pressentimento que algo esta errado e que alguma coisa iria acontecer, mas mesmo assim ficou muda, não queria alarmar os amigos por nada, e continuou viajem com o grupo.
O ritmo da cavalgada era mais forte do que do dia passado, o grupo descansou poucas vezes, mas nada alem do necessário, comer, beber e descansar um pouco os cavalos. Eles seguiram praticamente todo o dia e parte da tarde, mas logo a Brigada do Trovão se via em frente ao bosque que Cecil havia visto no mapa.

- Então por aqui conseguiremos ganhar tempo não é Cecil? – Pergunta Urig.
- Sim meu amigo, se seguirmos por aqui vamos ganhar mais tempo sem contar que nos protegeremos de mais um dia de chuva que está por vir. – Explica Cecil
- Então o que estamos esperando. – Diz entusiasmando Chris
- É assim que se fala meu jovem – Diz Thogar reafirmando as palavras do jovem cavaleiro.

Enquanto isso Dibrille fica olhando profundamente no bosque e pensando no que tinha pressentido mais cedo. Will estava observando Dibrille por que ela estava quieta a viajem toda e quando chegaram perto do bosque conseguiu entender o porquê de tal silêncio pela viajem. Não é a primeira vez que Will se pega observando Dibrille. Para Will a beleza de Dibrille é algo fora do comum, nenhuma mulher havia o deixado tão paralisado quanto ela, mas não se tratava apenas de beleza, Dibrille tem um coração bom e ao decorrer da viajem ambos começaram a ficar mais próximos, e o fato de Dibrille estar receosa em frente ao bosque é por que algo de estranho ela esta sentindo e aquilo o desconfortava.

- Vamos. – Disse Urig em voz alta.
- Eu vou à frente Urig para que não nos percamos dentro desse bosque, lugares assim costumam ser como um labirinto, e se uma pessoa se senso de direção entrar pode não sair jamais. – Diz Cecil
- É mesmo, uma vez demorei dias para sair de um pequeno bosque, por isso prefiro as cidades e os Salões dos Anões. – Diz Thogar
- Fiquem todos onde possamos ver, aqui é um bosque então vamos diminuir o ritmo para não machucar os cavalos e tentem não falar muito alto, não sabemos direito o que tem nesse bosque. – Diz Cecil em um tom de voz um pouco mais baixa

Todos seguem os conselhos de Cecil e adentram o bosque, mesmo parecendo que esse caminho demorasse mais ninguém reclamou com Cecil, além do mais ele era que sabia sobre as rotas e se ele havia decidido assim todos ia o seguir sem questionar. As horas vão passando e começa a escurecer, Cecil, Christopher e Will acendem tochas para iluminar o caminho que agora parece uma área mais descampada onde eles podem cavalgar com mais calma e em um ritmo mais rápido.
O grupo então acelera, mas algo não estava certo. Cecil para e levanta a mão fazendo um sinal para que todos parassem algo esta errado e ele e Dibrille sabiam disso. Tinha percebido que logo que chegaram nessa área descampada alguém os seguia, e não fazia a menor questão de esconder que o estava fazendo.
Cecil desce do seu cavalo e encosta o seu ouvido ao chão para saber o que vem ao encontro do grupo. Ele escuta passos de várias criaturas e o galope de um cavalo que parece estar mais longe. Cecil avisa todos que descem dos seus cavalos e ficam a postos para seja lá o que viesse ao seu encontro.

- Cecil o que você acha que é. – Pergunta Urig.
- Eu não tenho certeza, mas pelo ritmo deve algum tipo de humanóide. Acredito que seja por volta de doze ou mais – Diz Cecil ainda em duvida
- Como assim... estamos sendo seguidos há tanto tempo assim? Como elas nos acharam? – Fica espantado Thogar.
- Acho que elas já nos vem seguindo há algum tempo, e por isso resolvi mudar a trajetória, queria os despistar dentro do bosque, mas acho que não fui muito bem sucedido com o meu plano. – Tenta se explica Cecil
- Eu entendo a sua boa ação Cecil, mas você deveria ter nos avisado antes. Poderíamos ter nos preparado se tivéssemos ciência que estávamos sendo seguidos. Mas agora é muito tarde se preparem. – Diz Urig
- Fiquem perto de mim Will, Chris e Dibrille. Vamos tentar fazer um circulo para não nos dividir, pois seja lá o que for eles vão tentar nos dispersar, pois assim seremos alvos mais vulneráveis para eles. – Avisa Thogar.
- Sim – Dizem os três.

Um silêncio seprucal pairava no ar. Todos estavam esperando em suas posições o que iria sair dentre as árvores. Will parecia um pouco nervoso, mas mesmo assim estava ansioso para botar em prática tudo aqui que ele havia treinados nas últimas semanas. Mas treinamento é muito diferente de uma batalha real, e ele sabia disso, a vida de todos estavam e risco naquele momento. Um movimento errado poderia custar a sua vida.
Cada vez parecia que os passos se aproximavam mais e mais. Até que em uma pequena área acidentada no bosque um grupo de pessoas trajando roupas negras e encapuzados aparece. Um dos homens toma a frente e diz:

- Para onde pensam que estão indo Cavaleiros do Relâmpago? – Diz o homem encapuzado.
- Se fosse de seu interesse já teríamos dito não acha. Mas a verdadeira pergunta é o porquê vocês estão nos seguindo? – Diz Urig encarando o homem.

No momento em que Urig e o homem que parece chefiar começam a conversar Cecil e Thogar começam a esquadrinhar a área e começam a contar o número de oponentes a se combater. Tal estratégia já havia sido usado muitas vezes no passado, assim eles conseguiam ganhar tempo para combater o oponente e ganhar certa vantagem sobre a situação.
Eles haviam terminado de contar, eram quinze homens e eles apenas seis. Cecil e Thogar se olham como se já soubessem o que iriam fazer. Eles estavam em desvantagem numérica e não sabiam o quão experiente eram os oponentes que iriam enfrentar, mas Thogar já deduzia que os oponentes não eram grande desafio, não parecia preparados, e alguns nem pareciam verdadeiros combatentes, mas sim um bando de arruaceiros para ele. E diz para o grupo em voz baixa:

- Não há por que se preocupar meus jovens, não creio que nenhum deles sejam um grande desafio para qualquer um de vocês. Mesmo assim não devemos subestimá-los.
- É como Thogar disse, se ficamos próximos somos nós teremos a vantagem sem contar que eles vão ter de descer esse terreno acidentado, que nos da mais uma vantagem, por que eles não vão poder descer todos juntos fazendo assim com que lutemos mais em igualdade. Tente não baixar a guarda, mas mesmo assim vou ficar atento em vocês. – Sussurra Cecil

- Então vocês não vão dizer o porquê estão aqui? Pois bem, de qualquer forma eu recebi ordem para matar todos vocês. –Sorri o misterioso homem
- Não dia besteiras homem, não sabia que apenas um de nós seria capaz de derrotar todos os seus homens? – Esbraveja Urig
- Com entanto que matemos o jovem que esta entre vocês, teremos feito o nosso trabalho. – Diz o homem apontando para Will.

O grupo se espanta e fica sem reação, no mesmo momento todos começam a se mover em direção ao grupo. Todos sacam suas armas e partem na direção de Will. Thogar e Cecil tomam a dianteira e formam um tipo de barreira para conter os primeiros que viriam.
Tudo parece acontecer bem rápido. Os homens vão em direção do grupo com a intenção de tirar a vida de Will, mas acabam a frente de Cecil e Thogar que não parecem ter muita dificuldade para derrubar todos eles. Enquanto isso Dibrille lança uma magia que forma um cone de luz que faz com que algum dos seus inimigos percam a visão, Chris também não parece ter muito trabalho em derrubar o seu oponente. Urig parte em direção do líder do grupo, que ao ver que Urig se lançava em uma investida para cima dele utiliza-se de uma varinha para projeta uma esfera flamejante que atinge o clérigo e explode.
A explosão fez com que chamasse a atenção de todos que estavam lutando, que ficam espantado com a magia que sairá da varinha. O homem começa a rir, mas dentre a explosão Urig sai envolto a uma aura avermelhada que parece o proteger das chamas. O homem fica impressionado e tremulo, Urig caminha em direção ao homem e arremessa sua maça atingindo a mão do seu adversário, que acaba deixando a varinha cair no chão.
Will se vê perdido no combate, não sabe o porquê aqueles homens querem tanto a sua morte. Tudo que ele vê em volta parece estar em câmera lenta, mas mesmo assim não deixa de ajudar o seus companheiros, que fazem o possível para impedir que os oponentes consigam o atingir.
Urig começa a lutar contra o líder do bando usando apenas as mãos, mas o homem já havia perdido toda a moral diante de tal feito, estava assustado e o fato de Urig ser um pouco maior que ele já havia o transformado em um gigante que com apenas dois socos derruba o homem no chão.
O combate parecia estar decidido a maior parte deles já tinha caído, a vitória era certa. Mas mesmo com a certeza de que tudo ia terminar bem dois homens com besta que estavam escondidos que estavam na copa das árvores começam a disparar na direção de Will. Vendo isso Chris toma a frente de Will e usa o seu escudo como barreira para proteger o amigo. Não demorou muito e os dois homens caíram mortos no chão alguém havia alvejado os dois por trás. E uma mulher de cabelos ruivos aparece ao fundo com um sorriso no rosto.
Cecil fica espantado e ao mesmo tempo feliz. A mulher que aparecera era sua mulher Luna Lafel, ela é conhecida em toda Brindenbur por ser exploradora de masmorras e pela grande habilidade em espionagem. Todos pararam e ficaram olhando para ela, e Cecil diz:

- O que você esta fazendo aqui Luna.
- Você acha que eu ia deixar você ir em uma missão tão arriscada como essa sozinho, além do mais, vocês vão para Selyn e isso é de meu interesse, e ninguém sabe mais sobre masmorras do que eu. – Diz a mulher com um ar de deboche.
- Parece que o nosso amigo aqui avisou a família todo que ia sair em viajem. – Resmunga o Thogar.
- Não importa agora. E sim que estamos todos bem, e que a ajuda dela foi de extrema importância devido às situações que encontramos. – Tenta acalmar todos Urig
- E agora o que vamos fazer Urig? – Pergunta Chris
- Vamos ver o que esse homem tem a nos dizer quando acordar, mas no momento vou tratar de amarrar ele para que não fuja. Os que sobreviveram deixem que eles vão demorar algum tempo ainda para sair desse bosque.
- É melhor irmos partindo, não acredito que a saída do bosque seja lá muito longe daqui. – Diz Cecil apontando a direção.
- É meu amor parece que vamos viajar juntos mais uma vez, como os velhos tempo. – Sorri Luna
- Como nos velhos tempo... – Debocha o Anão
- Vá se acostumando Thogar. – Ri Luna
- Já não me bastava um, agora vou ter que viajar com esses dois. – Diz Thogar agora com um rosto de preocupação.

Luna costumava viajar com os Relâmpagos quando iam em direção de alguma masmorra, caverna, castelos ou torres abandonadas. Seu talento era único, para descobrir armadilhas, passagens secretas e em outras artes ladinas. E foi assim que Cecil e Luna se conheceram e acabaram se casando, mas há tempos que os talentos de Luna não tem sido necessários, e então quando Cecil havia dito para ela sobre a missão ela decidiu o seguir para voltar a sentir a sensação de se aventurar, já estava cansada de não fazer mais nada.
A viajem vai seguindo e poucas horas depois eles avista a Ponte de Sahu ao longe, apenas dois dias os separava de Turin, mas muito ainda esta a acontecer. E o homem que Urig carregava em seu cavalo tinha muito a explicar para todos.



quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Valores de Herói (parte 8)


Capítulo 6 - Raio e Trovão


A notícia tinha sido dada, as escolhas feitas, pensamentos rolavam na cabeça de todos mas não era hora de serem expostos, cada um já pensava nos próprios passos, eles tinham que ser fortes acima de tudo, então saíram pelos portões do Conselho, cabeças erguidas tinham uma missão, seriam divididos, isso era novo, mas tratado com um desafio e ele seria mais uma vez vencido.
O sol ainda não estava em seu ponto mais alto quando saíram e rumaram para o quartel d’Os Relâmpagos. Lá comeram, e contaram a Sir Janus, seu Tutor as notícias:
– Então serão divididos não é mesmo? Que seja.
­­– Irei com o grupo que vai a Vontermont, serei um apaziguador, será bom ter mais alguém para ajudar o velho Trentin a enrolar o Regente, e de qualquer forma além de Tutor ainda sou um Relâmpago. – sorria o velho Sir Janus.
– Enquanto ao grupo que vai em direção a cidadela de Turin, desejo-lhes boa sorte. Ainda tem quase dois dias para vocês se prepararem e como já foi dito, nem mesmo a chegada a cidadela será uma missão fácil, ela é a mais distante das cidades-estado e de lá ainda percorrerão um grande trajeto até as ruínas de Selyn, sei que Trentin está organizando a comitiva que vai até Turin, mas como sabem de lá em diante estarão sós, por isso se organizem.
O jovem grupo assentiu com a cabeça, para eles Sir Janus era não só um Tutor, mas um patrono e suas palavras eram sempre bem vindas, e tomadas como guia.
Logo todos saíram para seus afazeres, organizar equipamento, revisar mantimentos. Mas Will se sentia desnorteado, estava tudo muito rápido, mal manejara uma espada e agora estava engajado em algo grande demais, não se queixava, claro, aquilo era tudo que ele esperava, mas ainda se sentia cru, e não sabia o que fazer.
– Will Nimblung pare de perder tempo ai viajando e venha aqui me ajudar. – resmungava Lady Helena.
– Estou indo senhorita! – diz Will depois de uma sacudida na cabeça jogando todos aqueles pensamentos para longe.
Will acompanhou Lady Helena até um dos depósitos da mansão, lá ela começou a revirar os materiais.
– Como pode, prestes a sairmos em aventura e você lá parado feito um saco de batatas! Tome, me ajude aqui. – entregando a Will uma mochila de viagem.
E nela foi depositando, óleos, pederneira e isqueiro, tochas, lampião, um saco de dormir um cantil, corda de cânhamo, gancho, cobertor, algumas rações desidratadas, material para primeiros socorros e outras pequenas coisas.
– Pronto, acho que isso é o suficiente! – disse Helena limpando um leve suor da testa.
– Agora deixe no seu quarto, esse é o equipamento básico.
– Como? Mas eu.... – um sem graça Will tentar argumentar.
– Um obrigado já basta Will. – Lady Helena esboça um sorriso.
– Certo, obrigado Lady Helena. – e a abraça, com o carinho de quem acabou de ser salvo.
– Ei!? Menos escudeiro. – esbraveja a guerreira que logo se vira e caminha, escondendo o rubor em seu rosto.
– Creio que com o equipamento de batalha você sabe se virar não é mesmo, aconselho a levar também um arco e setas, nem todos os inimigos podem estar ao alcance de sua espada. – Helena vai subindo as escadas e saindo do pequeno depósito.
– Por que tudo isso? – pergunta Will
– Como assim por que? – reclama a jovem.
– Por que você me ajudou? – mas uma vez Will pergunta
– Faça-me o favor! Você está conosco, por que não ajudar? – caminha até o final da escada, enquanto Will ficou lá estático pensando. – Além do mais não quero que morra. – baixou a cabeça e deu uma pausa em suas palavras. – Seria péssimo para minha reputação que o homem que me derrubou em uma luta morresse de frio e com fome em sua primeira aventura. – erguendo a cabeça e esbravejando enquanto dava passadas firmes em frente.
Will apenas sorriu, estava renovado.

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O dia terminou, todos estavam exaustos, todos s preparativos estavam prontos e ainda os restavam mais um dia. Com isso Will e Christopher retornaram a sua casa onde uma calorosa ceia tinha sido feita por dona Brenda, e eles se fartaram.
Logo depois Christopher foi a lareira, sentou onde normalmente ficava Sir Richard e pegou o amuleto que recebera de Sir Janus, ficou ali pensando e o colocou no pescoço enquanto murmurava um “obrigado”. Will acompanhou o amigo e se sentou ficaram olhando o estalar da madeira no fogo. – As coisas simples sempre parecem mais grandiosas quando estamos para enfrenta um grande desafio não é mesmo Chris? – disse Will com um olhar mareado de sono.
– É verdade meu amigo. Pura verdade. – falou Chris segurando com força o amuleto.
– Vocês dois já para cama, terão grandes dias pela frente e ficam ai como zumbis, vamos levantem. – Solta a voz Brenda, como uma mãe.

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Mau amanheceu o dia e os dois já estavam de pé, se despediram de todos na casa e rumaram para a mansão d’Os Relâmpagos, iriam passar o dia lá e partir a noite, para evitarem prováveis tumultos, e esconderem de espiões do reino a notícia que o grupo iria se dividir.
Na mansão, todos estavam reunidos, Dibrille se despedira da comitiva elfica e ficara na mansão, nunca tinha passado tanto tempo fora de suas florestas e nem tinha tido tanto contato com os humanos até essa empreitada, passava um bom tempo com Cecil, ele era o mais próximo de outro elfo e com ele conversava na sua língua nativa.
Os novos integrantes já tinham um pequeno entrosamento, talvez por terem entrado juntos, já se sentiam confortáveis na presença dos novos amigos, já com os cavaleiros da ordem eles mantinham um respeito maior, como uma hierarquia.
– Jovens, estamos prestes a partir, tudo está pronto, porem gostaria de revisar com vocês alguns tópicos das duas empreitadas. – dizia Sir Janus enquanto ficava de pé diante de todos que estavam sentados sob uma grande mesa que ficava em uma das sala da mansão.
– Todos já estão cientes das divisões, então falarei inicialmente sobre o grupo que vai para Vontermont; Eu, Sir Vengard, Sir Aaron, Lady Helena e Sir Bertran iremos partir rumo ao norte, iremos a cavalo junto com a comitiva do Sábio-Mestre, faremos a sua proteção até Vontermont, onde lá iremos nos unir as tropas do Tratado, seremos lideres de tropas e a linha de frente junto com as outras ordens de cavalaria contra as hordas de Fastrionur o Dragão-Negro. – discursou o Tutor. – Muito simples, diferente de nosso outro grupo.
– Aaron, você que traçou toda a rota de nossos amigos junto comigo,por favor venha aqui relatar a eles sobre o que deverão fazer. – Janus faz um aceno com a mão para que Aaron se levante enquanto ele mesmo toma uma das cadeiras da mesa.
Sir Aaron Sangree era um senhor da guerra, o melhor estrategista entre os sete integrantes da Ordem, não liderava o grupo, essa era a função de Sir Vengard Kysten, mas taticamente ele organizava o grupo, muitas foram as vezes que ele e Sir Janus traçaram os passos dos cavaleiros. E mais uma vez foi dado a ele essa missão.
– Obrigado pela honra Sir Singref. – levanta o altivo cavaleiro
– Sir Thogar, Sir Cecil e Sir Urig irão juntar forças a Lady Dibrille, o recém condecorado Sir Christopher e seu mais novo escudeiro Will Nimblung na empreitada em direção as ruínas de Selyn, porém primeiro irão passar pela cidadela fortificada de Turin, essa será a parte mais fácil. Daqui a Turin levando em consideração a falta de boas estradas e que irão a cavalo deverão demorar entre 5 a 6 dias, isso considerando que a ponte de Sahu ainda esteja trafegável, informações dizem que ela ainda está lá.
– Chegando em Turin levarão essa carta com as recomendações ao conselho, não deverão ter muito problema com isso, o Sábio-Mestre também estará fora e com a assinatura de Trentin na carta nada será negado a vocês, porem não devem ficar lá mais que o necessário. Partam o quanto antes, não temos o luxo de perdermos tempo. Depois de Turin, encontrarão com o Rio Aqüikam e terão que atravessa-lo por balsa, pois a antiga ponte não existe mais. – dissertou Sir Aaron
– Porém, agora que as coisas tomam outro rumo, do outro lado do rio são terras bárbaras e não temos conhecimento de quais tribos estão tomando conta da área até as ruínas, por isso terão que estar sempre alerta e dando preferência a fazer a viagem a noite, coisa que não será tão difícil já que estão acompanhados de pessoas que enxergam muito bem a noite. As ruínas ficam a 4 dias da margem do rio seguindo a Nordeste. – explica o Cavaleiro – Esse mapa foi encontrado no acervo da Biblioteca de Brindembur e mostra a antiga rota até a cidade tombada e um mapeamento da área de toda Selyn. Pode ser de ajuda, ficará com você Cecil. – estende o braço e entrega o mapa ao companheiro, que agradece com a cabeça e guarda o mapa.
– O paradeiro da espada não é certo, ela está nas ruínas, provavelmente perto do antigo castelo real, junto com o mapa existem algumas gravuras de como seria a espada, ela pode ser de ajuda. Mas com uma maga no grupo, e a espada sendo um artefato de magia elfica, creio que ela possa identificar a arma. – olhando para Dibrille.
– Você está certo, posso identifica-la e tentar rastreá-la quando próxima. – responde Lady Dibrille Moondew
– Não sabemos os perigos que agora rondam aquela área, a única coisa que sabemos é que as tribos bárbaras consideram agora aquela área com terra impura e amaldiçoada, devido a toda sua história. Por isso deve pegar a espada e ir direto a Vontermont o mais rápido que puderem. – Aaron termina a palestra, já era o final da tarde, uma tarde cinzenta.
Jantaram a noite, todos relaxavam, pelo menos tentavam. Tudo estava pronto, mais a noite receberam a visita de um mensageiro dizendo o local de encontro com a comitiva do conselho. Então se aprontaram, Todos já estavam no estábulo arrumando seus cavalos. Will recebera um dos corcéis que estava na casa de Sir Richard e nele já colocava a sela. Era doutrinado e manso, mas um breve olhar mostrava que o cavalo tinha nos olhos a mesma chama dos guerreiros e aceitara seu novo dono muito bem, talvez por Will saber lidar com os animais devido a toda a sua vida no campo, vida essa que agora parecia uma lembrança distante.
Estavam prontos quando logo depois do som de um trovão começara a chover, uma chuva pesada mas com pouco vento.
Sir Janus riu. – Levando em consideração o nome desta ordem vou levar isso como um bom presságio. Além disso me veio na cabeça uma idéia. Nesta empreitada onde dividimos os Relâmpagos, eu e meu grupo seremos a Brigada do Raio enquanto a comitiva em direção a Selyn será a Empreitada do Trovão, as duas faces do relâmpago.
Eles saíram, Raio e Trovão se encontraram fora da cidade com a comitiva, uma despedida breve, terminada com um “até breve.”. Cada um tomou seu caminho em meio a chuva densa.
Lá foram eles rumo a seus destinos.


Raio e Trovão.

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