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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Valores de Herói (parte 8)


Capítulo 6 - Raio e Trovão


A notícia tinha sido dada, as escolhas feitas, pensamentos rolavam na cabeça de todos mas não era hora de serem expostos, cada um já pensava nos próprios passos, eles tinham que ser fortes acima de tudo, então saíram pelos portões do Conselho, cabeças erguidas tinham uma missão, seriam divididos, isso era novo, mas tratado com um desafio e ele seria mais uma vez vencido.
O sol ainda não estava em seu ponto mais alto quando saíram e rumaram para o quartel d’Os Relâmpagos. Lá comeram, e contaram a Sir Janus, seu Tutor as notícias:
– Então serão divididos não é mesmo? Que seja.
­­– Irei com o grupo que vai a Vontermont, serei um apaziguador, será bom ter mais alguém para ajudar o velho Trentin a enrolar o Regente, e de qualquer forma além de Tutor ainda sou um Relâmpago. – sorria o velho Sir Janus.
– Enquanto ao grupo que vai em direção a cidadela de Turin, desejo-lhes boa sorte. Ainda tem quase dois dias para vocês se prepararem e como já foi dito, nem mesmo a chegada a cidadela será uma missão fácil, ela é a mais distante das cidades-estado e de lá ainda percorrerão um grande trajeto até as ruínas de Selyn, sei que Trentin está organizando a comitiva que vai até Turin, mas como sabem de lá em diante estarão sós, por isso se organizem.
O jovem grupo assentiu com a cabeça, para eles Sir Janus era não só um Tutor, mas um patrono e suas palavras eram sempre bem vindas, e tomadas como guia.
Logo todos saíram para seus afazeres, organizar equipamento, revisar mantimentos. Mas Will se sentia desnorteado, estava tudo muito rápido, mal manejara uma espada e agora estava engajado em algo grande demais, não se queixava, claro, aquilo era tudo que ele esperava, mas ainda se sentia cru, e não sabia o que fazer.
– Will Nimblung pare de perder tempo ai viajando e venha aqui me ajudar. – resmungava Lady Helena.
– Estou indo senhorita! – diz Will depois de uma sacudida na cabeça jogando todos aqueles pensamentos para longe.
Will acompanhou Lady Helena até um dos depósitos da mansão, lá ela começou a revirar os materiais.
– Como pode, prestes a sairmos em aventura e você lá parado feito um saco de batatas! Tome, me ajude aqui. – entregando a Will uma mochila de viagem.
E nela foi depositando, óleos, pederneira e isqueiro, tochas, lampião, um saco de dormir um cantil, corda de cânhamo, gancho, cobertor, algumas rações desidratadas, material para primeiros socorros e outras pequenas coisas.
– Pronto, acho que isso é o suficiente! – disse Helena limpando um leve suor da testa.
– Agora deixe no seu quarto, esse é o equipamento básico.
– Como? Mas eu.... – um sem graça Will tentar argumentar.
– Um obrigado já basta Will. – Lady Helena esboça um sorriso.
– Certo, obrigado Lady Helena. – e a abraça, com o carinho de quem acabou de ser salvo.
– Ei!? Menos escudeiro. – esbraveja a guerreira que logo se vira e caminha, escondendo o rubor em seu rosto.
– Creio que com o equipamento de batalha você sabe se virar não é mesmo, aconselho a levar também um arco e setas, nem todos os inimigos podem estar ao alcance de sua espada. – Helena vai subindo as escadas e saindo do pequeno depósito.
– Por que tudo isso? – pergunta Will
– Como assim por que? – reclama a jovem.
– Por que você me ajudou? – mas uma vez Will pergunta
– Faça-me o favor! Você está conosco, por que não ajudar? – caminha até o final da escada, enquanto Will ficou lá estático pensando. – Além do mais não quero que morra. – baixou a cabeça e deu uma pausa em suas palavras. – Seria péssimo para minha reputação que o homem que me derrubou em uma luta morresse de frio e com fome em sua primeira aventura. – erguendo a cabeça e esbravejando enquanto dava passadas firmes em frente.
Will apenas sorriu, estava renovado.

~~~

O dia terminou, todos estavam exaustos, todos s preparativos estavam prontos e ainda os restavam mais um dia. Com isso Will e Christopher retornaram a sua casa onde uma calorosa ceia tinha sido feita por dona Brenda, e eles se fartaram.
Logo depois Christopher foi a lareira, sentou onde normalmente ficava Sir Richard e pegou o amuleto que recebera de Sir Janus, ficou ali pensando e o colocou no pescoço enquanto murmurava um “obrigado”. Will acompanhou o amigo e se sentou ficaram olhando o estalar da madeira no fogo. – As coisas simples sempre parecem mais grandiosas quando estamos para enfrenta um grande desafio não é mesmo Chris? – disse Will com um olhar mareado de sono.
– É verdade meu amigo. Pura verdade. – falou Chris segurando com força o amuleto.
– Vocês dois já para cama, terão grandes dias pela frente e ficam ai como zumbis, vamos levantem. – Solta a voz Brenda, como uma mãe.

~~~

Mau amanheceu o dia e os dois já estavam de pé, se despediram de todos na casa e rumaram para a mansão d’Os Relâmpagos, iriam passar o dia lá e partir a noite, para evitarem prováveis tumultos, e esconderem de espiões do reino a notícia que o grupo iria se dividir.
Na mansão, todos estavam reunidos, Dibrille se despedira da comitiva elfica e ficara na mansão, nunca tinha passado tanto tempo fora de suas florestas e nem tinha tido tanto contato com os humanos até essa empreitada, passava um bom tempo com Cecil, ele era o mais próximo de outro elfo e com ele conversava na sua língua nativa.
Os novos integrantes já tinham um pequeno entrosamento, talvez por terem entrado juntos, já se sentiam confortáveis na presença dos novos amigos, já com os cavaleiros da ordem eles mantinham um respeito maior, como uma hierarquia.
– Jovens, estamos prestes a partir, tudo está pronto, porem gostaria de revisar com vocês alguns tópicos das duas empreitadas. – dizia Sir Janus enquanto ficava de pé diante de todos que estavam sentados sob uma grande mesa que ficava em uma das sala da mansão.
– Todos já estão cientes das divisões, então falarei inicialmente sobre o grupo que vai para Vontermont; Eu, Sir Vengard, Sir Aaron, Lady Helena e Sir Bertran iremos partir rumo ao norte, iremos a cavalo junto com a comitiva do Sábio-Mestre, faremos a sua proteção até Vontermont, onde lá iremos nos unir as tropas do Tratado, seremos lideres de tropas e a linha de frente junto com as outras ordens de cavalaria contra as hordas de Fastrionur o Dragão-Negro. – discursou o Tutor. – Muito simples, diferente de nosso outro grupo.
– Aaron, você que traçou toda a rota de nossos amigos junto comigo,por favor venha aqui relatar a eles sobre o que deverão fazer. – Janus faz um aceno com a mão para que Aaron se levante enquanto ele mesmo toma uma das cadeiras da mesa.
Sir Aaron Sangree era um senhor da guerra, o melhor estrategista entre os sete integrantes da Ordem, não liderava o grupo, essa era a função de Sir Vengard Kysten, mas taticamente ele organizava o grupo, muitas foram as vezes que ele e Sir Janus traçaram os passos dos cavaleiros. E mais uma vez foi dado a ele essa missão.
– Obrigado pela honra Sir Singref. – levanta o altivo cavaleiro
– Sir Thogar, Sir Cecil e Sir Urig irão juntar forças a Lady Dibrille, o recém condecorado Sir Christopher e seu mais novo escudeiro Will Nimblung na empreitada em direção as ruínas de Selyn, porém primeiro irão passar pela cidadela fortificada de Turin, essa será a parte mais fácil. Daqui a Turin levando em consideração a falta de boas estradas e que irão a cavalo deverão demorar entre 5 a 6 dias, isso considerando que a ponte de Sahu ainda esteja trafegável, informações dizem que ela ainda está lá.
– Chegando em Turin levarão essa carta com as recomendações ao conselho, não deverão ter muito problema com isso, o Sábio-Mestre também estará fora e com a assinatura de Trentin na carta nada será negado a vocês, porem não devem ficar lá mais que o necessário. Partam o quanto antes, não temos o luxo de perdermos tempo. Depois de Turin, encontrarão com o Rio Aqüikam e terão que atravessa-lo por balsa, pois a antiga ponte não existe mais. – dissertou Sir Aaron
– Porém, agora que as coisas tomam outro rumo, do outro lado do rio são terras bárbaras e não temos conhecimento de quais tribos estão tomando conta da área até as ruínas, por isso terão que estar sempre alerta e dando preferência a fazer a viagem a noite, coisa que não será tão difícil já que estão acompanhados de pessoas que enxergam muito bem a noite. As ruínas ficam a 4 dias da margem do rio seguindo a Nordeste. – explica o Cavaleiro – Esse mapa foi encontrado no acervo da Biblioteca de Brindembur e mostra a antiga rota até a cidade tombada e um mapeamento da área de toda Selyn. Pode ser de ajuda, ficará com você Cecil. – estende o braço e entrega o mapa ao companheiro, que agradece com a cabeça e guarda o mapa.
– O paradeiro da espada não é certo, ela está nas ruínas, provavelmente perto do antigo castelo real, junto com o mapa existem algumas gravuras de como seria a espada, ela pode ser de ajuda. Mas com uma maga no grupo, e a espada sendo um artefato de magia elfica, creio que ela possa identificar a arma. – olhando para Dibrille.
– Você está certo, posso identifica-la e tentar rastreá-la quando próxima. – responde Lady Dibrille Moondew
– Não sabemos os perigos que agora rondam aquela área, a única coisa que sabemos é que as tribos bárbaras consideram agora aquela área com terra impura e amaldiçoada, devido a toda sua história. Por isso deve pegar a espada e ir direto a Vontermont o mais rápido que puderem. – Aaron termina a palestra, já era o final da tarde, uma tarde cinzenta.
Jantaram a noite, todos relaxavam, pelo menos tentavam. Tudo estava pronto, mais a noite receberam a visita de um mensageiro dizendo o local de encontro com a comitiva do conselho. Então se aprontaram, Todos já estavam no estábulo arrumando seus cavalos. Will recebera um dos corcéis que estava na casa de Sir Richard e nele já colocava a sela. Era doutrinado e manso, mas um breve olhar mostrava que o cavalo tinha nos olhos a mesma chama dos guerreiros e aceitara seu novo dono muito bem, talvez por Will saber lidar com os animais devido a toda a sua vida no campo, vida essa que agora parecia uma lembrança distante.
Estavam prontos quando logo depois do som de um trovão começara a chover, uma chuva pesada mas com pouco vento.
Sir Janus riu. – Levando em consideração o nome desta ordem vou levar isso como um bom presságio. Além disso me veio na cabeça uma idéia. Nesta empreitada onde dividimos os Relâmpagos, eu e meu grupo seremos a Brigada do Raio enquanto a comitiva em direção a Selyn será a Empreitada do Trovão, as duas faces do relâmpago.
Eles saíram, Raio e Trovão se encontraram fora da cidade com a comitiva, uma despedida breve, terminada com um “até breve.”. Cada um tomou seu caminho em meio a chuva densa.
Lá foram eles rumo a seus destinos.


Raio e Trovão.

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4 comentários:

Luciano PR disse...

Leitores, queria deixar aqui minhas desculpas pela demora desta parte, mas tive diversos problemas os quais me atrapalharam de colocar esse post na época certa, mas irei recompensa-los, ainda essa semana pretendo deixa um post com o desenho de alguns personagens.


Abraço a todos e espero que gstem da leitura. ^___^

There Goes My Hero disse...

Huhhhhhhh mais uma parte do conto... *_*

é isso ai... Raio e Trovão... as coisas vão começar a esquentar heim!

Tá ficando BUNITOOO

Théo, Theobaldo, Theotonio, Theófilo... disse...

Mandou bem willow! Mas só uma coisa q eu percebi: todo mundo adiando a partida dos personagens e deixando pro próximo né?! Se deu mal Ligado! Ficou com a responsabilidade! Hahahahaha!

Abraços!

Luciano PR disse...

Vc me deu dois dias antes da partida deles, então eu tinha que descrever que passava... mas agora naum tem jeito vão ter que falar da viagem hehe