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terça-feira, 24 de junho de 2008

Valores de Herói (parte 2)


Capítulo 1 – Decisão


“Os deuses são imortais, nós também podemos nos tornar imortais, basta que façamos algo notável! Pois assim nascem as Lendas!” – Famoso provérbio entre os aventureiros.

Era final de tarde, Will continuara na lavoura, todos já haviam partido mas ele ficou, subiu um pequena elevação e sentou ao pé de uma macieira. Em sua cabeça explodiam pensamentos de seu futuro. – O que teria acontecido se... . Pestanejou.

Já era noite quando acordara. Ouvira algo como passos, mais pesados, como as pancadas de um martelo de forja em uma bigorna, e vinham em ritmo acelerado...

Virou-se, preferia não ter se virado. A sua frente viu algo que de longe não era humano... devia ter uns 3 metros... e largo como um touro. Não conseguiu distinguir bem no escuro, ou o medo o fez não ter tempo para tal. Correu, e enquanto corria pensava... – Onde está minha coragem, como posso ser tão covarde! E ainda quero sair daqui, como? – Seus pensamentos o embriagaram, ou talvez tenha sido o medo. Caiu, tropeçou em uma raiz morta que saia da terra batida.

Olhou para trás novamente, quase sentiu o bafo da criatura, caçou chão em fuga... Caiu novamente de frente para aquele ser, e serrou os olhos como esperando seu fim. Coração já na boca, ouviu o som do golpe. Não sentiu nada!

Olhos abertos, algo tinha acontecido. O pavor o privara dos sentidos, mal tinha notado o homem que chegou a cavalo e arremessou longe a criatura com uma investida precisa e salvando sua pele! – Corra! – bravejou o homem em voz rouca.

Não conseguira, ou algo dentro de si lutava para que ficasse.

O homem já esta no chão, de pé e com arma em punho, seu cavalo, próximo, e estático... era um cavalo de guerra, a doutrina, exemplar.

Começara o embate, a criatura ofegante, parecia que já estava cansada, estava ferida! Só notara agora, que o medo era menor, distinguiu a criatura, um Bugbear enorme, o maior que já havia visto, não que tenha visto muitos...

A espada do cavaleiro fez a trajetória de uma meia lua, de encontro ao peito da criatura, que se moveu rápido, escapou da morte só perdeu um naco de carne que a fez urrar. Ela rolou, e foi de encontro a uma foice de lavoura, deixada por um dos agricultores. Pegou a foice ainda enquanto rolava com seu corpo desengonçado, terminando o movimento com um golpe horizontal de encontro com a arma de seu adversário. O choque foi forte e a espada arremessada, era difícil comparar forças com tamanho monstro.

O acaso fez a espada cair fincada próxima a Will, que continuava na mesma posição, hipnotizado, como se estivesse vendo a apresentação de um bardo. Aquilo o fez despertar, o perigo ainda estava próximo.

O homem olhou Will rapidamente, enquanto sacava uma espada curta, recebeu outro golpe da foice desmontou no chão, não ouve grito, seu braço vertendo sangue de um corte que alcançava até metade de seu peito, estava em desvantagem o alcance da arma do Bugbear era muito maior. Rolou e estocou com a espada curta uma das pernas do humanóide, que urrou novamente e ajoelhou no chão. Ganhou tempo.

– Não ficarei mais parado, eu iria morrer, esse homem tomou meu lugar, agora precisa de mim! Isso era tudo que eu queria! Deuses, se não tenho coragem pra me defender que pelo menos me dêem forças pra ajudar o homem que deu outra oportunidade! – Gritou Will para si mesmo, enquanto já corria com a espada daquele homem na mão. Tremor nas pernas e um frio na espinha.

Se postou entre o homem e a criatura, a espada apontada para o Bugbear que mesmo ajoelhado ainda parecia um colosso para ele, o homem juntando forças para se levantar.

Will imóvel com a espada erguida, o bugbear se levantou.... tudo ficou mais escuro com sua sombra. Preparou o ataque, Will fechou os olhos, não pensava mais nada.

Sentiu a carne macia ser rompida pela lamina, sangue em profusão. Abriu seu olhos, a mão do homem guiou seu ataque, sua espada estava fincada metade no corpo da criatura, que caiu em sua direção, movimento curto de sua perna e desviou da queda do monstro. A criatura estava tombada.... o cheiro do ferro junto com o da terra batida o enjoou. Mas por um leve momento se sentiu bem, nunca tinha se sentido tão vivo!

Poucos instantes depois um jovem chega, cheio de bolsas, escudo na mão esquerda uma espada selada na bainha na outra mão. Entre olharam-se, poucas palavras, colocaram o cavaleiro em sua montaria e o levaram com rapidez para a cidade, ele precisava de cuidados. E rápido.

~~~

Na casa da família Nimblung, entravam e saiam pessoas pra trazer água, ataduras e que fosse preciso pra ajudar o forasteiro. Fizeram o que puderam, no quarto permaneceram Will, e os dois forasteiros.

– Will Nimblung – ele se apresenta.

– Christopher Jasper, sou o escudeiro de Sir. Richard – o jovem se apresenta.

Aparenta ter uns 17 anos – pensou Will.

Um pouco de silêncio, e depois de uma tosse Sir. Richard acorda.

– Como está Sir. – O garoto aflito logo pergunta.

– Não irei durar muito, conheço meus limites. Você sabe o que tem que fazer, irá partir sem mim. Já é bem capaz disso, nunca te disse, mas você já sabia.

– Obrigado pela ajuda jovem. – Agora se referia a Will, que mesmo já não sendo jovem tinha vivido muitos verões a menos que Sir. Richard – Dêem o que Christopher precisar tem ouro em minha algibeira. Agora me deixem dormir – já falava com a língua mole enquanto os olhos se fechavam.

Os dois saíram do quarto, a tensão do evento já tinha passado, Will se viu sentindo falta daquela sensação. Christopher arrumava suas coisas, os olhos ainda com lágrimas, não falava nada, mas parecia perdido. – Irei com você! Mesmo que não queira. Faço isso por ele, mas também por mim! – Will finalmente conseguiu desvencilhar das amarras, estava decidido. Iria partir, era o momento, e não ia esperar uma próxima oportunidade.

– Que seja, se é a sua vontade aceitarei de bom grado sua presença. – Enxugou o rosto molhado das lágrimas. Christopher no fundo sentiu-se aliviado, nunca viajara sozinho, sempre teve a companhia de Sir. Richard, estava acostumado aos afazeres de um escudeiro.

Silêncio, os dois dormiram, no dia seguinte fizeram o que já era esperado. Enterram o corpo do cavaleiro no pequeno cemitério da vila. Uma reza curta, novas lágrimas no rosto do escudeiro e era hora de partir.

Tudo já estava arrumado, Christopher agradeceu a todos, especialmente a família Nimblung, colocou tudo no cavalo, incluindo a armadura de Sir. Richard e todos seus pertences, menos os de valor sentimental que foram para terra junto de seu corpo. Will o ajudou em tudo. E na hora de partir, os dois disseram adeus, para a surpresa dos pais de Will.

– Filho o que está fazendo? – Questionava a mãe.

– O que já devi ter feito a muito tempo minha amada mãe. Crescido. – Will com um sorriso no rosto, uma mistura de saudosismo do que estava deixando para trás e de felicidade.

– Não digam nada. – disse o rapaz. – Já é difícil tomar essa decisão, mas saibam que os amo e nunca mês esquecerei de vocês. – e virou-se seguindo Christopher que levava o cavalo pelo cabresto.

Já de costas Will disse ao pai: “ – Podia ser pior!” – não se virou pra ver as lágrimas que desciam num rosto sorridente e orgulhoso de seu pai.

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4 comentários:

Carina_ disse...

me senti vendo uma partida de rpg medieval xD ouvia ate as vozes diferentes e imaginei as pessoas rolando dados pra ver os danos tomados ahIUAHuia
e po,ainda bem q os pais aceitaram de boa neh! xD se fossem os meus tenho ctz q iam implicar e eu ia ter q esperar o cristopher vim com cavalo branco pra me buscar =P

e mais uma vez,to ansiosa pela 3º parte xD

=***

Théo, Theobaldo, Theotonio, Theófilo... disse...

Agora depende do Ligado!!! Cadê vc Scooby?!

Joking Joker disse...

Nossa espero que eu consiga corresponder a vocês dois... mais ja estou começando a escrever.

=D

BeAtrIz OLivEiRa¹²³ disse...

AdoRei a histOriah + deixoU gostinhO de krO mais . EntaO kprixa aew po tah otimO hau